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A incrível história da restauração do último e único avião Focke Wulf FW 58 do mundo!

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Um avião de guerra alemão da 2ª Guerra Mundial tem uma história bastante peculiar aqui no Brasil. Foi trazido pela extinta Aviação da Marinha e fabricado pela Fábrica do Galeão. Mais tarde, ele foi incorporado pela Força Aérea e depois que terminou a 2 ª guerra, foi destinado ao uso civil. Porém, no decorrer dos anos 50, todos os exemplares do mundo se perderam. Descobriu-se acidentalmente a única, última e raríssima carcaça acidentada, já tomada pelo mato, no final da pista do Aeroclube de BH – Minas Gerais. Iniciou-se então a curiosa história da restauração do último Focke Wulf FW 58 do mundo!

O piloto de caça da FAB, Paulo Pinto, conta a incrível história presenciada por ele.

Texto enviado por: Paulo Pinto


Focke Wulf FW 58 B-2 “Weihe”, o avião alemão “meio brasileiro”.

O antigo Diretor e fundador do Museu, Major Monteiro, um abnegado já falecido, descobriu, lá pelos anos 60, que no Aeroclube de BH, na pista de Carlos Prates, havia um FW58 que se acidentou na decolagem muito antes e que ficou anos no prolongamento da pista. Dizem até que meio soterrado. Como era revestido de tecido e madeira, com o tempo, só sobrou o arcabouço metálico da fuselagem.

O FW 58 fez parte de uma leva de aviões montados na Fábrica da Aviação Naval no Galeão onde hoje é o Parque de Aeronáutica do Galeão que faz a revisão de B 707, Hercules e outros aviões menores. As instalações ainda são as antigas da Marinha.

Por volta de 1938 a Marinha assinou um contrato com uma fabricante de aviões da Alemanha, a Focke Wulf, para fabricar esses aviões no Brasil. E até mesmo o quadrimotor Condor. O FW 58 era um avião de bombardeio muito leve que não chegou a ser empregado em guerra. Já o Condor, era um avião de passageiros que foi convertido em avião de Patrulha e prestou bons serviços, com sua grande autonomia, localizando comboios aliados e passando sua posição aos submarinos.
Um Focke Wulf FW 58 sendo usado em operações de guerra pela Alemanha.

Ocorre que com a eclosão da Guerra, melou tudo. Com sua criação, o Ministério da Aeronáutica absorveu esses FW58 em 1941, cerca de trinta, e passou a usá-los no Correio Aereo Nacional – CAN. Por volta de 1950, eles foram distribuídos a diversos órgãos do Governo e aí terminaram suas vidas.
Um dos FW 58 que voaram pra o Correio Aéreo Nacional.

O FW 58 de Belo Horizonte foi levado para o Campo dos Afonsos no Rio de Janeiro e ali foram contratados velhos funcionários da Fábrica do Galeão que haviam trabalhado no projeto. A recuperação foi toda de memória, pois não restou nenhum documento na Alemanha sobre esse avião. Que já era obsoleto quando oferecido ao Brasil - a hélice ainda era de passo fixo!
Update: se fosse atualmente, o pessoal da Fábrica do Galeão teria obtido os desenhos do FW 58 disponível na Internet no site Plans 3-vues/ 3-views drawings.

Eu cheguei a ver o trabalho sendo feito. Havia um senhor, funcionário bem velhinho aposentado, chefe da equipe, que veio a falecer poucos dias depois do avião ficar pronto. Na oficina de recuperação do Museu Aeroespacial - MUSAL existe uma foto dele na parede.
Foto do único e último exemplar do Fock Wulf FW 58 exposto no MUSAL do Campo dos Afonsos –RJ.

Não existe outro exemplar desse avião em nenhum outro lugar do mundo!

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